domingo, 25 de novembro de 2012

Motivação: qual é a sua?

* por Pati Gomes

Um convite irresistível, especial, irrecusável: colaborar neste blog! Escrever sobre corrida é um prazer e, mais do que isso, é uma possibilidade de trocar ideias, experiências, emoções. Quem mais se beneficia com isso sou eu, fato!

E por onde começar? Enquanto fazia meu treino de hoje, pensava no que me faz correr, qual a minha motivação para praticar este esporte.

Sou uma corredora de fases: tenho épocas de muito comprometimento com os treinos, dedicação integral, geralmente motivada por uma prova alvo. Em outros momentos, me proporciono períodos de relaxamento, em que curto a corrida por si só, sem lenço nem documento...

Tenho duas motivações para me dedicar à corrida: bem estar físico e tranquilidade mental.

A corrida foi o esporte que me seduziu, que me encantou, pelo qual finalmente consegui me identificar, desde o início, há cinco anos. A possibilidade de praticá-lo sem depender de outras pessoas, em qualquer lugar, em qualquer tempo me traz uma liberdade que nenhum outro esporte poderia me dar.

E como me sinto melhor depois de um belo treino! Correr limpa minha mente, reflito sobre minha vida, organizo minha semana, penso sobre a vida. Às vezes, é o contrário que acontece: mente limpa, só observando o meu corpo, respiração, passadas... Bom demais!

Por isso, gosto de treinos e provas longas, não sou uma corredora veloz e nem pretendo me transformar em uma. Admiro aquelas pessoas ficcionadas em paces, em treinos de tiros, em provas de 5K. Mas me identifico com os longões, com a cadência. Adoro meias-maratonas, distância perfeita, tanto em termos de tempo, quanto de treinamento exigido.

E você? Qual sua motivação nas corridas?

Um beijo e vamos trocando ideias!


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

All in all you were all just bricks in the wall

“No! Don't think I'll need anything at all. 
All in all it was all just bricks in the wall. 
All in all you were all just bricks in the wall .”

Em nossa trajetória como corredores, é muito comum nos depararmos com os muros que obstaculizam a nossa caminhada (corrida). Lesões são espécies de muros, mas não o objeto de nossa abordagem nesse momento.

Aponto aqui aqueles muros que, literalmente, nos impedem de continuar um treino ou uma corrida, cuja abortamento é certeiro ou, ainda, aqueles que, momentaneamente, dificultam a nossa continuidade do nosso trajeto. 

Pode aparecer em qualquer momento, em qualquer distância.

Quem é que nunca ouviu falar da expressão "bater no muro" durante uma maratona? Nesta prova, psicológico ou não, o muro está lá e poderá ocorrer a qualquer momento. Normalmente, fica lá pelos corridos 32 km.

Mas noutros momentos, ele aparece quando a gente menos espera. Ou espera!

Na 1ª edição da  K21 Rio Half Adventure Marathon, realizada em Arraial do Cabo, na região dos lagos do Rio de Janeiro, ele estava lá, logo no começo da prova: após a largada, ainda no km 1, uma ladeira contendo uma escadaria com barcos atracados, fazendo com que se formasse uma verdadeira fila indiana de corredores, alguns mal educados, outros afobados, enfim, um paredão à nossa frente. Onde se gastaria 5 minutos para atravessar, muitos levaram quase 30.


Na Vila do Farol K42 Bombinhas Adventure Marathon os "muros" estão espalhados ao longo da prova, nas trilhas em subidas e descidas, o tal do costão, e morros intermináveis. Verdadeiros obstáculos ao longo do trajeto, nos colocando à prova o tempo todo. Este ano, mais uma vez, o meu  objetivo era parar em pé, já que a primeira trilha estava enlameada, esburacada, escorregadia, nos convidando o tempo todo a ir para o chão. Um verdadeiro "muro" lá pelo km 7, havendo muito prova pra correr ainda......

Certa vez participei de uma outra prova, a Jungle Run, em Belo Horizonte, em que o muro ficava no km 3 onde,  na edição de 2011, só era possível subir com a ajuda de uma corda colocada à disposição pela organização do evento. Ora, tornou-se uma verdadeira corrida de aventura, pois sem a tal ajudinha era impossível vencer a muralha.

Mas qual não foi a minha surpresa em tomar conhecimento de um "muro" nada agradável para os corredores, ocorrido na All limits - Lagoa dos Ingleses, na cidade de Nova Lima, onde um enxame de abelhas atacou os corredores, logo no início da prova, entre os km's 2 e 3. 

Isso mesmo, pasmem, abelhas provocaram um verdadeiro surto nos colegas, atacando vários, instalando verdadeira confusão, ferroando várias pessoas, causando verdadeiros mal estar nos presentes. Quase uma tragédia.

Enfim, preparados ou não, fato é que os muros estão aí para nos desafiar na corrida. Em alguns momentos, haja pacientemente; noutros, tenha fé; persevere; continue; reflita. E encare do jeito que der.

E você, já enfrentou algum muro?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

“O retorno e terno”

“O escritor não é alguém que vê coisas que ninguém mais vê. O que ele faz é simplesmente iluminar com os seus olhos aquilo que todos vêem sem se dar conta disso. E o que se espera é que as pessoas tenham aquela experiência a que os filósofos Zen dão o nome de "satori": a abertura de um terceiro olho, para que o mundo já conhecido seja de novo conhecido como nunca o foi.” Rubem Alves

Durante nossas vidas passamos por situações que nos deixam cabisbaixos. E, na corrida, não seria diferente.

Para um corredor, o pior diagnóstico é aquele que o sentencia a parar de correr, fruto de uma lesão grave. Sim, ninguém quer parar de sentir a endorfina na veia.

Passei por esta situação quando fui sentenciado a uma “tendinopatia insercional de Aquiles”, no segundo semestre no ano passado. Tá bom, mas o que o herói grego que participou da tomada de Tróia tem a ver com isso? Simples: ele não era tão invulnerável como diziam, pois seu calcanhar não foi banhado nas águas do infernal Estige, já que era por ali que sua mãe o segurava.
calcanhar3
Então, o meu inferno foi quando fiz a escolha de correr com um tênis “vencido” num piso de concreto duríssimo, por 13km; o tal calcanhar chiou. Ainda bem que não foi uma flecha envenenada a me afetar. Mas começou ali a minha sentença que, oito meses depois me tirou das pistas.

Tendões à parte, o fato é que meu último treino foi em 17 de agosto e o paulatino retorno se deu em 23 de novembro. Nesse interregno, algumas leves corridas para avaliações fisioterápicas (claro, tive que fazer aquelas famosas sessões de fisioterapia). Também fiz dois meses de deep water, uma atividade realizada em flutuação, sem impacto e em água aquecida. Não queria perder o meu condicionamento (recomendo esta atividade a todos que adquirem lesões por esta vida a fora).

Durante este tempo, lógico, bateu a preguiça de escrever, veio a apreensão e assim encerrei meu ano, bem diferente do até então promissor 2011.

Apesar dos pesares, tive grandes incentivos para continuar a caminhada, ou melhor, a corrida: os amigos. Ah, não somos nada sem eles. E, de modo excepcional e amável, a minha querida Patrícia, ali ao meu lado, dia a dia, preocupada e apoiando diariamente a minha recuperação.

Foi nessa época que surgiu o “Bonde de Bacelar”, uma estratégia dos amigos em correr juntos, numa disputa saudável, em prol de quem estava ali lesionado. Uma atitude admirável, louvável, carinhosa e que veio acelerar meu retorno, terno!
DSC01466
Também não posso deixar de mencionar a equipe da Salute, que através de seus profissionais, fizeram a minha reinserção nas pistas de corridas, ou melhor, nas ruas!

E foi a através da Salute que meus planos começaram a mudar para 2012….

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

K42 Bombinhas Adventure Marathon–2ª parte

DSC00870
… o prenúncio de que a prova seria difícil começou a se desenhar no Congresso Técnico que foi promovido pela organização do evento.

Lá nos foi explicado todo o trajeto, onde ficariam os pontos de hidratação, as dificuldades que seriam encontradas. Ali tivemos a quase exata dimensão da dureza da prova, pois a certeza disto viria algumas horas mais tarde.

Como capitão da equipe, e acordado com o parceiro @ascaldaferri, fiquei com o primeiro trecho, cuja largada seria às oito horas da manhã do sábado. Eu não tinha a mínima noção de quanto tempo gastaria para percorrer o meu trecho. Pensei em um tempo 50% superior à minha melhor marca nos 21km; assim, minha previsão era algo em torno de 2h30’.

De qualquer sorte, após a largada, para os corredores que fariam o segundo trecho foi disponibilizado um ônibus para o traslado até o ponto onde seria feita a transição. Ou seja: todos teriam que ficar lá, esperando o tempo necessário até o seu parceiro concluir a primeira etapa. O mesmo transporte nos levaria de volta à largada, que era o mesmo ponto onde chegariam os corredores que estavam fazendo a corrida solo e os parceiros que faziam o segundo trecho.trajeto
A prova se inicia na praia e assim vamos por cerca de 700 metros, até sairmos para um pequeno trecho de asfalto, onde corremos por cerca de 1km. Mais praia, uma rua de terra, sem asfalto e assim vamos tranquilamente.

Até então não vi qualquer dificuldade na prova; logo adiante, encontrei nosso amigo Harry, lá pelo quilômetro 5,5, quando corremos juntos e ele me repassou algumas dicas de última hora. Foi quando me disse: “a prova começa agora”.

Olhando em frente, vi o que ele prenunciava: o início do morro. Aí, parceiro, realmente começou a k42 Bombinhas Adventure Marathon edição 2011.
286708_197839400275925_100001496007790_552346_1270948_o288748_197839733609225_100001496007790_552352_6507130_o
fotos: Cida Ladaga
Depois que corri o famoso morro maldito, na Volta à Ilha, onde pela primeira vez na minha vida de corredor tive que andar para conseguir superar uma subida, falei pra mim mesmo: nunca mais eu subo um morro andando; corro, custe o que custar.

Assim, para manter a palavra, encarei o desafio, cheguei no pé do morro, mudei a mecânica da corrida e….. comecei a andar. Parceiro, impossível subir aquele negócio correndo.

A cada momento, a coisa piora, porque a impressão que temos é que o morro não acabará nunca. E quando acaba, aí começam as trilhas, ladeira acima, ladeira abaixo e a gente vai se equilibrando para não cair pela vala afora, pelo barro, no mato, no chão ou onde der.

E foi numa dessas que lá fui eu para o chão, numa trilha em descida, onde, por estar rápido demais, me desequilibrei e, graças a Deus, encontrei uma poça de barro, que amortizou a queda. Hoje tenho uma micro lesão no joelho direito, por conta deste tombo, mas nada grave, segundo o especialista que me examinou.

O tempo todo me questionei o que estava fazendo ali; e não encontrava respostas: loucura? heroísmo? aventura? falta de bom senso? curtição? negação?

Fato é, leitor, que eu só pensava no trecho que o meu parceiro iria enfrentar, pois seria bem pior que o meu. Okay, ele foi brindado com a parte mais bonita de toda a prova. Todavia, o mais difícil, duro e desafiador também. O cara foi guerreiro.

Nesse trecho perigoso, de cerca de 10km, o que eu mais ouvia era o meu Garmin® informando a pausa automática, porque a todo momento eu tinha que parar, pensar o melhor ponto para pisar, analisar o melhor caminho. Tudo rapidamente para não ser atropelado pelos loucos corredores que vinham atrás e não davam a mínima para aquilo ali. Cruzes. Como fizeram falta os meus óculos, pois sofro de astigmatismo e miopia, mas não corro com eles e nem uso lente de contato; mas isto nunca me incomodou nas corridas realizadas em asfalto. Mas na trilha…

Só fui desenvolver um bom pace, o que até então a gente não pensa em momento algum, quando retornei à praia e foi assim por quase 5km, até chegar no ponto de transição.
Nova pasta
Em corridas realizadas na trilha, a gente aprende diversas coisas; em Bombinhas, vi que o “lastro” adquirido no asfalto não ajuda muito. A preparação tem que ser específica, a gente força muito os joelhos, a musculatura. Temos que ter muita “maldade” para correr em determinados trechos; qualquer descuido… Foram 2h10’ de aprendizado

Finda a saga, num lugar muito bonito, fiquei feliz por rever os amigos (Gayber Silveira, Erik Neves, Harry Thomas Jr, Luzianne Freitas), conhecer outros (Cida Ladaga, Rejane Lima, Marcus Viana Pinguim, Mário Ribeiro Júnior, Ilda Farias, T-Ping Cheng, Aureni Estevam de Barros).

Uma prova destas eu não faria de novo! Os 21km né……mas os 42km, quem sabe ano que vem?

É assim que sigo construindo a minha história, nessa trajetória “corrida”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

K42 Bombinhas Adventure Marathon–1ª parte

K42
Durante a nossa caminhada na corrida (me desculpem o trocadilho), vamos evoluindo constantemente. Vamos revendo objetivos, mensurando as conquistas, nos aventurando por aqui, ali e acolá.

Na política da aventura, comecei a ver com outros olhos aquelas corridas que são realizadas “fora” do asfalto. E não só ver, mas também participar.

Já havia corrido duas edições da Volta ao Cristo, em Poços de Caldas/MG, onde parte do trajeto é realizado morro abaixo, em estrada de terra. Até aí tudo bem (afora o desafio que é a prova).

Neste ano, enfrentei o Morro Maldito, em um dos meus trechos da Volta à Ilha. Também no mesmo sentido, pois foi ladeira acima e abaixo, em estrada de terra.

Eis que me surgiu a oportunidade de participar da K42 Adventure Marathon Series, na edição que é realizada na cidade de Bombinhas, no litoral catarinense.

Antes, como parte daquilo que eu vislumbrava ser um treinamento para enfrentar a #bombinhask42, lá fui eu correr a Volta da Lagoa dos Ingleses (Nova Lima/MG), a Jungle Run (BH) e o Desafio Cross Country (Lagoa Santa/MG). Estas duas últimas, corridas sui generis.

A K42 Bombinhas é uma prova duríssima, a mais difícil do circuito K42 Adventure Marathon e a mais difícil que já participei até hoje. São 42 quilômetros de praias, pedras, trilhas estreitas e fechadas, erosões, rochas, areia fofa,  subidas e descidas íngremes dos morros, trecho de costão, dentre outros obstáculos naturais. Apenas 15% são de asfalto.

E foram cerca de 700 participantes, ávidos por encarar o desafio. Um desafio muito maior que encontrei quando cheguei lá, ainda que já tivesse ouvido, lido e conversado a respeito. Uma prova realmente provocante, instigante.

Quando me vi pensando em ir para a K42 Bombinhas, lancei a ideia para o grande parceiro Alexandre Scaldaferri. Lógico, não seria louco de encarar 42km sozinho, sem nunca ter feito uma maratona “tradicional”. Havia a possibilidade de participação em duplas, onde cada corredor faria metade do trajeto.CSM11K421D1221_Baixa-1800x1200pixels300dpi
Este cara, o @ascaldaferri, você pode contar com ele. Parceiro de primeira hora, topou o convite, mal sabendo que, em seu trecho, o segundo, ele iria sofrer para completá-lo, pois seria o mais difícil, ainda que o mais bonito. É a compensação por estar ali, na loucura de correr, num cenário maravilhoso.

Contudo, não tínhamos a exata noção do que nos esperaria…..

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A volta à ilha. Volto à ilha. Ilha de saudades


voltaailha
Algum tempo já se passou e fiquei pensando que talvez não escrevesse nada sobre a nossa participação no 16º Revezamento Volta à Ilha ASICS, ocorrido em fins de abril.

Quando olho para trás e “entro” em mode flashback,  os olhos marejam, relembro aqueles momentos, me transporto para lá.
Florianópolis, 30 de abril de 2011. Algo aconteceu ali, durante 150 km, em quase 16 horas de prova.

Como sabemos, na formação de um grupo, principalmente quando esse grupo “trabalhará” junto, o conhecimento da potencialidade de cada um é importante. Afinal, no resultado geral do grupo, a performance de cada um é importante. E principalmente numa equipe de revezamento. Geralmente, imagino eu, os iguais se escolhem, igualzinho fazíamos nas “peladinhas” de fim de tarde, quando meninos, onde, antes da bola rolar, discutíamos sobre quem seriam os parceiros do nosso time. Queríamos estar entre os melhores.

O interessante deste grupo é que ele não nasceu com esta característica. O grupo se formou a partir de um convite aberto a várias pessoas: fomos convidados a participar e, um a um, as pessoas foram aceitando, declinando e então…. nos compomos.

Confesso que sempre tinha em minha mente (e não cheguei a comentar isso com alguém) que esse “negócio” não ia dar certo. Afinal, só havia corrido com um “deles”. E fomos dando certo desde o início, naturalmente com os tropeços que qualquer ajuntamento de pessoas tem, de tão diferentes que somos.

Pela distância desta manifestação em relação à prova, não vou postar aqui o que se passou, como foi a prova, sempre na minha impressão pessoal, unilateral e parcial.

Vou compartilhar com vocês, um pouquinho de cada um dos meus parceiros, por eles próprios, como forma de demonstrar o ser humano que cada um é e representa para o outro. Características e relatos deles próprios, ao grupo, no twitter ou no Facebook:

Renata Abreu: tem bom humor, mas acha que tá ficando sistemática. É melhor em resistência e nunca havia corrido em montanha. Fez sua primeira meia em 4 meses de treinamento e se viciou na corrida. Conheceu o pessoal do twitter numa prova de 5k. “E agora é ‘faca na caveira’ pra gente arrasar na volta a ilha! A missão que for dada, será cumprida!”

Patrícia Gomes: linda, loira e modesta!!! Bem humorada, brincalhona, gosta de desafios. É meio “reclamona” e não tem bom humor matinal. Meio patricinha. É melhor em resistência, pois entende que a corrida se torna fantástica depois dos primeiros 10K! Nunca havia feito corrida de montanha. “Missão dada é missão cumprida - mas com alegria e beleza!”

Fabio Carrara: Aventureiro, nosso psicólogo e médico (ainda na fase estudantil), levou a caixa de primeiros socorros que ficou fechada, graças a Deus. É um cara determinado e empolgado, mas ansioso. Melhor em resistência e já havia corrido a X-Terra, em trilhas e morros. “Estou disposto a qualquer desafio da corrida, no que eu puder ajudar...”

Ricardo Tadeu: feliz por estar no grupo, corredor amador, amador e corredor, profissional a serviço do público. Gosta do que faz, mas não faz o que gosta! Sua qualidade também é o seu defeito: ser taurino. Melhor em resistência e no asfalto. “Se você está contando comigo, conta com a pessoa certa”
volta
Alexandre Scaldaferri: Canceriano com o pé em leão. Tranquilo (até demais), mesmo com o circo pegando fogo. Porém é ansioso, perfeccionista, exagerado. Velocidade em provas pra ele nunca foi uma preocupação. Gosta de uma boa conversa e de assuntos polêmicos. Só havia corrido em asfalto. “Já sabes quem sou eu? Não penses nada de mim por meio do julgamento alheio, não me veja pelos olhos de outrem, não avalies minha tez sem me tocar, não diga meu sabor sem degustar. Tu me pareces mais autêntica. Construa tuas próprias experiências”.

Manuela Sampaio: Tradutora, intérprete iniciante. Viajar é sua vida. Alto astral, é difícil ter tempo ruim para ela. Se considera bastante flexível. Já foi mais teimosa, mas hoje em dia é ponderada. Mas quando se irrita….. Acredita ser melhor em velocidade, pois adora uns sprints. "In Omnia Paratus”

Lucas Martins:  economista (de formação) e contador (de paixão). Professor Universitário. Pratica corrida, natação, musculação (hobby) e squash (competição). Não usa o twitter. Peça rara. "Não escolhi ser um homem comum. É meu direito ser diferente, ser singular, incomum, desenvolver os talentos que Deus me deu”

Ângela Almeida: Muitas qualidades, uma pessoa sociável, fácil de lidar, política, companheira, persistente. Corrida, amigos, família, sobrinhos, trabalho, viagens, amor, carinho, felicidade, sorriso, emoção. VIDA. Siga-a se você for capaz... Podem contar com ela para o que der e vier. Muitos defeitos e, como boa taurina, é teimosa. Sempre gostou de fazer caminhadas e correu muito em academia. Gosta muito de velocidade. “viver e não ter a vergonha de ser feliz...cantar a beleza de ser um eterno aprendiz..."

E assim fizemos, a nosso modo, um dream team, na certeza de que cada um contribuiu no limite de suas forças, para que pudéssemos chegar ao final.  Cada um enfrentou o seu “morro maldito”, seja ele qual for.

Ali, ao final, extasiados, cansados, no limiar do estropício, a gente pode bater no peito e dizer: nós viemos até aqui e conseguimos. Nós somos vencedores.

Estes foram e são os meus parceiros. Queridos companheiros de uma saga. Podem gritar, nós merecemos!!!!
242283_10150182233349242_850884241_6788919_3620365_o

sábado, 23 de abril de 2011

A sonhada ponte

“Quando era menino
Eu via a lua saindo
Pensava assim comigo
Um dia eu vou lá
De jeep ou caminhão
De barco ou de avião
Se eu não puder voar
Cresceu meu coração
Me trouxe outra emoção
E o sonho de menino
Voou... voou...”
Sonho de menino, Paulinho Pedra Azul

Todos nós temos sonhos. Ao longo de nossas vidas, vamos sonhando, idealizando, construindo, realizando…

Como toda criança sonhadora, lá na minha infância tive um que nunca me saiu da cabeça. O meu sonho de menino era andar toda a extensão de numa ponte enorme, cuja foto eu havia visto numa revista: a Ponte Presidente Costa e Silva ou, simplesmente, Rio-Niterói.
ponte-rio-niteroi
Não me pergunte o por quê! Criança sonha cada coisa…

Eis que cresci e num desses momentos em que procuro realizar sonhos acalentados durante esta minha existência, há dois anos atrás, presente no Rio de Janeiro, fiz aquele trajeto sonhado, de carro. No Guerreiro do Asfalto, meu quatro rodas que me leva aqui e ali, lá fui eu. Contudo, já na ida, percebi que faltava algo; o menino interior que há em mim não estava se sentindo satisfeito. Ora, eu queria era andar por aquele asfalto…

Ainda bem que outras pessoas sonham. Neste mundo construído (e destruído também) por malucos sonhadores, alguém vai lá e resolve promover o que pra mim era inimaginável: uma Corrida da Ponte. Não pensei duas vezes, não titubeei, fiz lá a inscrição e me programei. Mal sabia eu que encararia a “Morrida” da Ponte, mas, querido leitor, estava ali a grande oportunidade de realização de mais um sonho.

Vinte e um quilômetros e quatrocentos metros não é pra mim algo invencível, já que tenho oito meias maratonas no lombo. Ocorre que correr 21,400 debaixo de um sol/sensação térmica de 39º, sem um brisa qualquer de alívio, transforma qualquer corrida em quase uma morte súbita.

Dramas à parte (vários parceiros relataram pelos blogs e fóruns as dificuldades da corrida – p.e., Run for Free, Yara Achôa), totalmente alheio às intempéries, fui lá fazer uma corrida diferente, pois o meu intento era a concretização do sonho: andaria, a passos largos, toda a extensão daquela obra de engenharia que brilhou os olhos de um menino, anos antes. As dificuldades, não me importavam. O importante, parceiro, é que a missão dada, tem que ser cumprida.

O tempo de 1h47m52s me separou do ponto de largada do ponto de chegada. Mas a duração dos 13km de transposição da ponte, em toda a sua extensão, se de um lado penoso e cansativo, de outro maravilhoso, com a Baía da Guanabara ali, o Rio acolá, e eu fazendo o que de melhor gosto nesta vida, não precisa ser medido. Ressalte-se, ainda, que a medalha – a melhor de todas - estaria lá, no final, ansiosamente me esperando, torcendo, porque não, aflita, diante tamanho o desafio.

E foi correndo que o objetivo foi cumprido e o menino sorriu satisfeito. #aisim, o sonho se tornou realizado.

Assim a corrida vai nos proporcionando alegrias por esse mundo afora, ora realizando os sonhos que tivemos ao longo de nossas vidas, ora nos proporcionando a celebração de acontecimentos memoráveis, que nos tornam homens mais felizes, heróis anônimos, parceiros de empreitadas.
IMG_0635
São momentos em que devemos celebrar a vida, aceitar o convite que ela nos oferece, brindar as conquistas e compartilhar cada minutinho do nosso pace aqui na terra. Num maravilhoso fim de semana no Rio de Janeiro, lá estava eu, fazendo isto tudo, ao lado da minha querida @patgomes1, parceira de primeira hora, companheira-mor dessa nova empreitada da vida.