segunda-feira, 18 de julho de 2011

A volta à ilha. Volto à ilha. Ilha de saudades


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Algum tempo já se passou e fiquei pensando que talvez não escrevesse nada sobre a nossa participação no 16º Revezamento Volta à Ilha ASICS, ocorrido em fins de abril.

Quando olho para trás e “entro” em mode flashback,  os olhos marejam, relembro aqueles momentos, me transporto para lá.
Florianópolis, 30 de abril de 2011. Algo aconteceu ali, durante 150 km, em quase 16 horas de prova.

Como sabemos, na formação de um grupo, principalmente quando esse grupo “trabalhará” junto, o conhecimento da potencialidade de cada um é importante. Afinal, no resultado geral do grupo, a performance de cada um é importante. E principalmente numa equipe de revezamento. Geralmente, imagino eu, os iguais se escolhem, igualzinho fazíamos nas “peladinhas” de fim de tarde, quando meninos, onde, antes da bola rolar, discutíamos sobre quem seriam os parceiros do nosso time. Queríamos estar entre os melhores.

O interessante deste grupo é que ele não nasceu com esta característica. O grupo se formou a partir de um convite aberto a várias pessoas: fomos convidados a participar e, um a um, as pessoas foram aceitando, declinando e então…. nos compomos.

Confesso que sempre tinha em minha mente (e não cheguei a comentar isso com alguém) que esse “negócio” não ia dar certo. Afinal, só havia corrido com um “deles”. E fomos dando certo desde o início, naturalmente com os tropeços que qualquer ajuntamento de pessoas tem, de tão diferentes que somos.

Pela distância desta manifestação em relação à prova, não vou postar aqui o que se passou, como foi a prova, sempre na minha impressão pessoal, unilateral e parcial.

Vou compartilhar com vocês, um pouquinho de cada um dos meus parceiros, por eles próprios, como forma de demonstrar o ser humano que cada um é e representa para o outro. Características e relatos deles próprios, ao grupo, no twitter ou no Facebook:

Renata Abreu: tem bom humor, mas acha que tá ficando sistemática. É melhor em resistência e nunca havia corrido em montanha. Fez sua primeira meia em 4 meses de treinamento e se viciou na corrida. Conheceu o pessoal do twitter numa prova de 5k. “E agora é ‘faca na caveira’ pra gente arrasar na volta a ilha! A missão que for dada, será cumprida!”

Patrícia Gomes: linda, loira e modesta!!! Bem humorada, brincalhona, gosta de desafios. É meio “reclamona” e não tem bom humor matinal. Meio patricinha. É melhor em resistência, pois entende que a corrida se torna fantástica depois dos primeiros 10K! Nunca havia feito corrida de montanha. “Missão dada é missão cumprida - mas com alegria e beleza!”

Fabio Carrara: Aventureiro, nosso psicólogo e médico (ainda na fase estudantil), levou a caixa de primeiros socorros que ficou fechada, graças a Deus. É um cara determinado e empolgado, mas ansioso. Melhor em resistência e já havia corrido a X-Terra, em trilhas e morros. “Estou disposto a qualquer desafio da corrida, no que eu puder ajudar...”

Ricardo Tadeu: feliz por estar no grupo, corredor amador, amador e corredor, profissional a serviço do público. Gosta do que faz, mas não faz o que gosta! Sua qualidade também é o seu defeito: ser taurino. Melhor em resistência e no asfalto. “Se você está contando comigo, conta com a pessoa certa”
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Alexandre Scaldaferri: Canceriano com o pé em leão. Tranquilo (até demais), mesmo com o circo pegando fogo. Porém é ansioso, perfeccionista, exagerado. Velocidade em provas pra ele nunca foi uma preocupação. Gosta de uma boa conversa e de assuntos polêmicos. Só havia corrido em asfalto. “Já sabes quem sou eu? Não penses nada de mim por meio do julgamento alheio, não me veja pelos olhos de outrem, não avalies minha tez sem me tocar, não diga meu sabor sem degustar. Tu me pareces mais autêntica. Construa tuas próprias experiências”.

Manuela Sampaio: Tradutora, intérprete iniciante. Viajar é sua vida. Alto astral, é difícil ter tempo ruim para ela. Se considera bastante flexível. Já foi mais teimosa, mas hoje em dia é ponderada. Mas quando se irrita….. Acredita ser melhor em velocidade, pois adora uns sprints. "In Omnia Paratus”

Lucas Martins:  economista (de formação) e contador (de paixão). Professor Universitário. Pratica corrida, natação, musculação (hobby) e squash (competição). Não usa o twitter. Peça rara. "Não escolhi ser um homem comum. É meu direito ser diferente, ser singular, incomum, desenvolver os talentos que Deus me deu”

Ângela Almeida: Muitas qualidades, uma pessoa sociável, fácil de lidar, política, companheira, persistente. Corrida, amigos, família, sobrinhos, trabalho, viagens, amor, carinho, felicidade, sorriso, emoção. VIDA. Siga-a se você for capaz... Podem contar com ela para o que der e vier. Muitos defeitos e, como boa taurina, é teimosa. Sempre gostou de fazer caminhadas e correu muito em academia. Gosta muito de velocidade. “viver e não ter a vergonha de ser feliz...cantar a beleza de ser um eterno aprendiz..."

E assim fizemos, a nosso modo, um dream team, na certeza de que cada um contribuiu no limite de suas forças, para que pudéssemos chegar ao final.  Cada um enfrentou o seu “morro maldito”, seja ele qual for.

Ali, ao final, extasiados, cansados, no limiar do estropício, a gente pode bater no peito e dizer: nós viemos até aqui e conseguimos. Nós somos vencedores.

Estes foram e são os meus parceiros. Queridos companheiros de uma saga. Podem gritar, nós merecemos!!!!
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