domingo, 25 de novembro de 2012

Motivação: qual é a sua?

* por Pati Gomes

Um convite irresistível, especial, irrecusável: colaborar neste blog! Escrever sobre corrida é um prazer e, mais do que isso, é uma possibilidade de trocar ideias, experiências, emoções. Quem mais se beneficia com isso sou eu, fato!

E por onde começar? Enquanto fazia meu treino de hoje, pensava no que me faz correr, qual a minha motivação para praticar este esporte.

Sou uma corredora de fases: tenho épocas de muito comprometimento com os treinos, dedicação integral, geralmente motivada por uma prova alvo. Em outros momentos, me proporciono períodos de relaxamento, em que curto a corrida por si só, sem lenço nem documento...

Tenho duas motivações para me dedicar à corrida: bem estar físico e tranquilidade mental.

A corrida foi o esporte que me seduziu, que me encantou, pelo qual finalmente consegui me identificar, desde o início, há cinco anos. A possibilidade de praticá-lo sem depender de outras pessoas, em qualquer lugar, em qualquer tempo me traz uma liberdade que nenhum outro esporte poderia me dar.

E como me sinto melhor depois de um belo treino! Correr limpa minha mente, reflito sobre minha vida, organizo minha semana, penso sobre a vida. Às vezes, é o contrário que acontece: mente limpa, só observando o meu corpo, respiração, passadas... Bom demais!

Por isso, gosto de treinos e provas longas, não sou uma corredora veloz e nem pretendo me transformar em uma. Admiro aquelas pessoas ficcionadas em paces, em treinos de tiros, em provas de 5K. Mas me identifico com os longões, com a cadência. Adoro meias-maratonas, distância perfeita, tanto em termos de tempo, quanto de treinamento exigido.

E você? Qual sua motivação nas corridas?

Um beijo e vamos trocando ideias!


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

All in all you were all just bricks in the wall

“No! Don't think I'll need anything at all. 
All in all it was all just bricks in the wall. 
All in all you were all just bricks in the wall .”

Em nossa trajetória como corredores, é muito comum nos depararmos com os muros que obstaculizam a nossa caminhada (corrida). Lesões são espécies de muros, mas não o objeto de nossa abordagem nesse momento.

Aponto aqui aqueles muros que, literalmente, nos impedem de continuar um treino ou uma corrida, cuja abortamento é certeiro ou, ainda, aqueles que, momentaneamente, dificultam a nossa continuidade do nosso trajeto. 

Pode aparecer em qualquer momento, em qualquer distância.

Quem é que nunca ouviu falar da expressão "bater no muro" durante uma maratona? Nesta prova, psicológico ou não, o muro está lá e poderá ocorrer a qualquer momento. Normalmente, fica lá pelos corridos 32 km.

Mas noutros momentos, ele aparece quando a gente menos espera. Ou espera!

Na 1ª edição da  K21 Rio Half Adventure Marathon, realizada em Arraial do Cabo, na região dos lagos do Rio de Janeiro, ele estava lá, logo no começo da prova: após a largada, ainda no km 1, uma ladeira contendo uma escadaria com barcos atracados, fazendo com que se formasse uma verdadeira fila indiana de corredores, alguns mal educados, outros afobados, enfim, um paredão à nossa frente. Onde se gastaria 5 minutos para atravessar, muitos levaram quase 30.


Na Vila do Farol K42 Bombinhas Adventure Marathon os "muros" estão espalhados ao longo da prova, nas trilhas em subidas e descidas, o tal do costão, e morros intermináveis. Verdadeiros obstáculos ao longo do trajeto, nos colocando à prova o tempo todo. Este ano, mais uma vez, o meu  objetivo era parar em pé, já que a primeira trilha estava enlameada, esburacada, escorregadia, nos convidando o tempo todo a ir para o chão. Um verdadeiro "muro" lá pelo km 7, havendo muito prova pra correr ainda......

Certa vez participei de uma outra prova, a Jungle Run, em Belo Horizonte, em que o muro ficava no km 3 onde,  na edição de 2011, só era possível subir com a ajuda de uma corda colocada à disposição pela organização do evento. Ora, tornou-se uma verdadeira corrida de aventura, pois sem a tal ajudinha era impossível vencer a muralha.

Mas qual não foi a minha surpresa em tomar conhecimento de um "muro" nada agradável para os corredores, ocorrido na All limits - Lagoa dos Ingleses, na cidade de Nova Lima, onde um enxame de abelhas atacou os corredores, logo no início da prova, entre os km's 2 e 3. 

Isso mesmo, pasmem, abelhas provocaram um verdadeiro surto nos colegas, atacando vários, instalando verdadeira confusão, ferroando várias pessoas, causando verdadeiros mal estar nos presentes. Quase uma tragédia.

Enfim, preparados ou não, fato é que os muros estão aí para nos desafiar na corrida. Em alguns momentos, haja pacientemente; noutros, tenha fé; persevere; continue; reflita. E encare do jeito que der.

E você, já enfrentou algum muro?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

“O retorno e terno”

“O escritor não é alguém que vê coisas que ninguém mais vê. O que ele faz é simplesmente iluminar com os seus olhos aquilo que todos vêem sem se dar conta disso. E o que se espera é que as pessoas tenham aquela experiência a que os filósofos Zen dão o nome de "satori": a abertura de um terceiro olho, para que o mundo já conhecido seja de novo conhecido como nunca o foi.” Rubem Alves

Durante nossas vidas passamos por situações que nos deixam cabisbaixos. E, na corrida, não seria diferente.

Para um corredor, o pior diagnóstico é aquele que o sentencia a parar de correr, fruto de uma lesão grave. Sim, ninguém quer parar de sentir a endorfina na veia.

Passei por esta situação quando fui sentenciado a uma “tendinopatia insercional de Aquiles”, no segundo semestre no ano passado. Tá bom, mas o que o herói grego que participou da tomada de Tróia tem a ver com isso? Simples: ele não era tão invulnerável como diziam, pois seu calcanhar não foi banhado nas águas do infernal Estige, já que era por ali que sua mãe o segurava.
calcanhar3
Então, o meu inferno foi quando fiz a escolha de correr com um tênis “vencido” num piso de concreto duríssimo, por 13km; o tal calcanhar chiou. Ainda bem que não foi uma flecha envenenada a me afetar. Mas começou ali a minha sentença que, oito meses depois me tirou das pistas.

Tendões à parte, o fato é que meu último treino foi em 17 de agosto e o paulatino retorno se deu em 23 de novembro. Nesse interregno, algumas leves corridas para avaliações fisioterápicas (claro, tive que fazer aquelas famosas sessões de fisioterapia). Também fiz dois meses de deep water, uma atividade realizada em flutuação, sem impacto e em água aquecida. Não queria perder o meu condicionamento (recomendo esta atividade a todos que adquirem lesões por esta vida a fora).

Durante este tempo, lógico, bateu a preguiça de escrever, veio a apreensão e assim encerrei meu ano, bem diferente do até então promissor 2011.

Apesar dos pesares, tive grandes incentivos para continuar a caminhada, ou melhor, a corrida: os amigos. Ah, não somos nada sem eles. E, de modo excepcional e amável, a minha querida Patrícia, ali ao meu lado, dia a dia, preocupada e apoiando diariamente a minha recuperação.

Foi nessa época que surgiu o “Bonde de Bacelar”, uma estratégia dos amigos em correr juntos, numa disputa saudável, em prol de quem estava ali lesionado. Uma atitude admirável, louvável, carinhosa e que veio acelerar meu retorno, terno!
DSC01466
Também não posso deixar de mencionar a equipe da Salute, que através de seus profissionais, fizeram a minha reinserção nas pistas de corridas, ou melhor, nas ruas!

E foi a através da Salute que meus planos começaram a mudar para 2012….