quinta-feira, 25 de agosto de 2011

K42 Bombinhas Adventure Marathon–2ª parte

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… o prenúncio de que a prova seria difícil começou a se desenhar no Congresso Técnico que foi promovido pela organização do evento.

Lá nos foi explicado todo o trajeto, onde ficariam os pontos de hidratação, as dificuldades que seriam encontradas. Ali tivemos a quase exata dimensão da dureza da prova, pois a certeza disto viria algumas horas mais tarde.

Como capitão da equipe, e acordado com o parceiro @ascaldaferri, fiquei com o primeiro trecho, cuja largada seria às oito horas da manhã do sábado. Eu não tinha a mínima noção de quanto tempo gastaria para percorrer o meu trecho. Pensei em um tempo 50% superior à minha melhor marca nos 21km; assim, minha previsão era algo em torno de 2h30’.

De qualquer sorte, após a largada, para os corredores que fariam o segundo trecho foi disponibilizado um ônibus para o traslado até o ponto onde seria feita a transição. Ou seja: todos teriam que ficar lá, esperando o tempo necessário até o seu parceiro concluir a primeira etapa. O mesmo transporte nos levaria de volta à largada, que era o mesmo ponto onde chegariam os corredores que estavam fazendo a corrida solo e os parceiros que faziam o segundo trecho.trajeto
A prova se inicia na praia e assim vamos por cerca de 700 metros, até sairmos para um pequeno trecho de asfalto, onde corremos por cerca de 1km. Mais praia, uma rua de terra, sem asfalto e assim vamos tranquilamente.

Até então não vi qualquer dificuldade na prova; logo adiante, encontrei nosso amigo Harry, lá pelo quilômetro 5,5, quando corremos juntos e ele me repassou algumas dicas de última hora. Foi quando me disse: “a prova começa agora”.

Olhando em frente, vi o que ele prenunciava: o início do morro. Aí, parceiro, realmente começou a k42 Bombinhas Adventure Marathon edição 2011.
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fotos: Cida Ladaga
Depois que corri o famoso morro maldito, na Volta à Ilha, onde pela primeira vez na minha vida de corredor tive que andar para conseguir superar uma subida, falei pra mim mesmo: nunca mais eu subo um morro andando; corro, custe o que custar.

Assim, para manter a palavra, encarei o desafio, cheguei no pé do morro, mudei a mecânica da corrida e….. comecei a andar. Parceiro, impossível subir aquele negócio correndo.

A cada momento, a coisa piora, porque a impressão que temos é que o morro não acabará nunca. E quando acaba, aí começam as trilhas, ladeira acima, ladeira abaixo e a gente vai se equilibrando para não cair pela vala afora, pelo barro, no mato, no chão ou onde der.

E foi numa dessas que lá fui eu para o chão, numa trilha em descida, onde, por estar rápido demais, me desequilibrei e, graças a Deus, encontrei uma poça de barro, que amortizou a queda. Hoje tenho uma micro lesão no joelho direito, por conta deste tombo, mas nada grave, segundo o especialista que me examinou.

O tempo todo me questionei o que estava fazendo ali; e não encontrava respostas: loucura? heroísmo? aventura? falta de bom senso? curtição? negação?

Fato é, leitor, que eu só pensava no trecho que o meu parceiro iria enfrentar, pois seria bem pior que o meu. Okay, ele foi brindado com a parte mais bonita de toda a prova. Todavia, o mais difícil, duro e desafiador também. O cara foi guerreiro.

Nesse trecho perigoso, de cerca de 10km, o que eu mais ouvia era o meu Garmin® informando a pausa automática, porque a todo momento eu tinha que parar, pensar o melhor ponto para pisar, analisar o melhor caminho. Tudo rapidamente para não ser atropelado pelos loucos corredores que vinham atrás e não davam a mínima para aquilo ali. Cruzes. Como fizeram falta os meus óculos, pois sofro de astigmatismo e miopia, mas não corro com eles e nem uso lente de contato; mas isto nunca me incomodou nas corridas realizadas em asfalto. Mas na trilha…

Só fui desenvolver um bom pace, o que até então a gente não pensa em momento algum, quando retornei à praia e foi assim por quase 5km, até chegar no ponto de transição.
Nova pasta
Em corridas realizadas na trilha, a gente aprende diversas coisas; em Bombinhas, vi que o “lastro” adquirido no asfalto não ajuda muito. A preparação tem que ser específica, a gente força muito os joelhos, a musculatura. Temos que ter muita “maldade” para correr em determinados trechos; qualquer descuido… Foram 2h10’ de aprendizado

Finda a saga, num lugar muito bonito, fiquei feliz por rever os amigos (Gayber Silveira, Erik Neves, Harry Thomas Jr, Luzianne Freitas), conhecer outros (Cida Ladaga, Rejane Lima, Marcus Viana Pinguim, Mário Ribeiro Júnior, Ilda Farias, T-Ping Cheng, Aureni Estevam de Barros).

Uma prova destas eu não faria de novo! Os 21km né……mas os 42km, quem sabe ano que vem?

É assim que sigo construindo a minha história, nessa trajetória “corrida”.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

K42 Bombinhas Adventure Marathon–1ª parte

K42
Durante a nossa caminhada na corrida (me desculpem o trocadilho), vamos evoluindo constantemente. Vamos revendo objetivos, mensurando as conquistas, nos aventurando por aqui, ali e acolá.

Na política da aventura, comecei a ver com outros olhos aquelas corridas que são realizadas “fora” do asfalto. E não só ver, mas também participar.

Já havia corrido duas edições da Volta ao Cristo, em Poços de Caldas/MG, onde parte do trajeto é realizado morro abaixo, em estrada de terra. Até aí tudo bem (afora o desafio que é a prova).

Neste ano, enfrentei o Morro Maldito, em um dos meus trechos da Volta à Ilha. Também no mesmo sentido, pois foi ladeira acima e abaixo, em estrada de terra.

Eis que me surgiu a oportunidade de participar da K42 Adventure Marathon Series, na edição que é realizada na cidade de Bombinhas, no litoral catarinense.

Antes, como parte daquilo que eu vislumbrava ser um treinamento para enfrentar a #bombinhask42, lá fui eu correr a Volta da Lagoa dos Ingleses (Nova Lima/MG), a Jungle Run (BH) e o Desafio Cross Country (Lagoa Santa/MG). Estas duas últimas, corridas sui generis.

A K42 Bombinhas é uma prova duríssima, a mais difícil do circuito K42 Adventure Marathon e a mais difícil que já participei até hoje. São 42 quilômetros de praias, pedras, trilhas estreitas e fechadas, erosões, rochas, areia fofa,  subidas e descidas íngremes dos morros, trecho de costão, dentre outros obstáculos naturais. Apenas 15% são de asfalto.

E foram cerca de 700 participantes, ávidos por encarar o desafio. Um desafio muito maior que encontrei quando cheguei lá, ainda que já tivesse ouvido, lido e conversado a respeito. Uma prova realmente provocante, instigante.

Quando me vi pensando em ir para a K42 Bombinhas, lancei a ideia para o grande parceiro Alexandre Scaldaferri. Lógico, não seria louco de encarar 42km sozinho, sem nunca ter feito uma maratona “tradicional”. Havia a possibilidade de participação em duplas, onde cada corredor faria metade do trajeto.CSM11K421D1221_Baixa-1800x1200pixels300dpi
Este cara, o @ascaldaferri, você pode contar com ele. Parceiro de primeira hora, topou o convite, mal sabendo que, em seu trecho, o segundo, ele iria sofrer para completá-lo, pois seria o mais difícil, ainda que o mais bonito. É a compensação por estar ali, na loucura de correr, num cenário maravilhoso.

Contudo, não tínhamos a exata noção do que nos esperaria…..

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A volta à ilha. Volto à ilha. Ilha de saudades


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Algum tempo já se passou e fiquei pensando que talvez não escrevesse nada sobre a nossa participação no 16º Revezamento Volta à Ilha ASICS, ocorrido em fins de abril.

Quando olho para trás e “entro” em mode flashback,  os olhos marejam, relembro aqueles momentos, me transporto para lá.
Florianópolis, 30 de abril de 2011. Algo aconteceu ali, durante 150 km, em quase 16 horas de prova.

Como sabemos, na formação de um grupo, principalmente quando esse grupo “trabalhará” junto, o conhecimento da potencialidade de cada um é importante. Afinal, no resultado geral do grupo, a performance de cada um é importante. E principalmente numa equipe de revezamento. Geralmente, imagino eu, os iguais se escolhem, igualzinho fazíamos nas “peladinhas” de fim de tarde, quando meninos, onde, antes da bola rolar, discutíamos sobre quem seriam os parceiros do nosso time. Queríamos estar entre os melhores.

O interessante deste grupo é que ele não nasceu com esta característica. O grupo se formou a partir de um convite aberto a várias pessoas: fomos convidados a participar e, um a um, as pessoas foram aceitando, declinando e então…. nos compomos.

Confesso que sempre tinha em minha mente (e não cheguei a comentar isso com alguém) que esse “negócio” não ia dar certo. Afinal, só havia corrido com um “deles”. E fomos dando certo desde o início, naturalmente com os tropeços que qualquer ajuntamento de pessoas tem, de tão diferentes que somos.

Pela distância desta manifestação em relação à prova, não vou postar aqui o que se passou, como foi a prova, sempre na minha impressão pessoal, unilateral e parcial.

Vou compartilhar com vocês, um pouquinho de cada um dos meus parceiros, por eles próprios, como forma de demonstrar o ser humano que cada um é e representa para o outro. Características e relatos deles próprios, ao grupo, no twitter ou no Facebook:

Renata Abreu: tem bom humor, mas acha que tá ficando sistemática. É melhor em resistência e nunca havia corrido em montanha. Fez sua primeira meia em 4 meses de treinamento e se viciou na corrida. Conheceu o pessoal do twitter numa prova de 5k. “E agora é ‘faca na caveira’ pra gente arrasar na volta a ilha! A missão que for dada, será cumprida!”

Patrícia Gomes: linda, loira e modesta!!! Bem humorada, brincalhona, gosta de desafios. É meio “reclamona” e não tem bom humor matinal. Meio patricinha. É melhor em resistência, pois entende que a corrida se torna fantástica depois dos primeiros 10K! Nunca havia feito corrida de montanha. “Missão dada é missão cumprida - mas com alegria e beleza!”

Fabio Carrara: Aventureiro, nosso psicólogo e médico (ainda na fase estudantil), levou a caixa de primeiros socorros que ficou fechada, graças a Deus. É um cara determinado e empolgado, mas ansioso. Melhor em resistência e já havia corrido a X-Terra, em trilhas e morros. “Estou disposto a qualquer desafio da corrida, no que eu puder ajudar...”

Ricardo Tadeu: feliz por estar no grupo, corredor amador, amador e corredor, profissional a serviço do público. Gosta do que faz, mas não faz o que gosta! Sua qualidade também é o seu defeito: ser taurino. Melhor em resistência e no asfalto. “Se você está contando comigo, conta com a pessoa certa”
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Alexandre Scaldaferri: Canceriano com o pé em leão. Tranquilo (até demais), mesmo com o circo pegando fogo. Porém é ansioso, perfeccionista, exagerado. Velocidade em provas pra ele nunca foi uma preocupação. Gosta de uma boa conversa e de assuntos polêmicos. Só havia corrido em asfalto. “Já sabes quem sou eu? Não penses nada de mim por meio do julgamento alheio, não me veja pelos olhos de outrem, não avalies minha tez sem me tocar, não diga meu sabor sem degustar. Tu me pareces mais autêntica. Construa tuas próprias experiências”.

Manuela Sampaio: Tradutora, intérprete iniciante. Viajar é sua vida. Alto astral, é difícil ter tempo ruim para ela. Se considera bastante flexível. Já foi mais teimosa, mas hoje em dia é ponderada. Mas quando se irrita….. Acredita ser melhor em velocidade, pois adora uns sprints. "In Omnia Paratus”

Lucas Martins:  economista (de formação) e contador (de paixão). Professor Universitário. Pratica corrida, natação, musculação (hobby) e squash (competição). Não usa o twitter. Peça rara. "Não escolhi ser um homem comum. É meu direito ser diferente, ser singular, incomum, desenvolver os talentos que Deus me deu”

Ângela Almeida: Muitas qualidades, uma pessoa sociável, fácil de lidar, política, companheira, persistente. Corrida, amigos, família, sobrinhos, trabalho, viagens, amor, carinho, felicidade, sorriso, emoção. VIDA. Siga-a se você for capaz... Podem contar com ela para o que der e vier. Muitos defeitos e, como boa taurina, é teimosa. Sempre gostou de fazer caminhadas e correu muito em academia. Gosta muito de velocidade. “viver e não ter a vergonha de ser feliz...cantar a beleza de ser um eterno aprendiz..."

E assim fizemos, a nosso modo, um dream team, na certeza de que cada um contribuiu no limite de suas forças, para que pudéssemos chegar ao final.  Cada um enfrentou o seu “morro maldito”, seja ele qual for.

Ali, ao final, extasiados, cansados, no limiar do estropício, a gente pode bater no peito e dizer: nós viemos até aqui e conseguimos. Nós somos vencedores.

Estes foram e são os meus parceiros. Queridos companheiros de uma saga. Podem gritar, nós merecemos!!!!
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sábado, 23 de abril de 2011

A sonhada ponte

“Quando era menino
Eu via a lua saindo
Pensava assim comigo
Um dia eu vou lá
De jeep ou caminhão
De barco ou de avião
Se eu não puder voar
Cresceu meu coração
Me trouxe outra emoção
E o sonho de menino
Voou... voou...”
Sonho de menino, Paulinho Pedra Azul

Todos nós temos sonhos. Ao longo de nossas vidas, vamos sonhando, idealizando, construindo, realizando…

Como toda criança sonhadora, lá na minha infância tive um que nunca me saiu da cabeça. O meu sonho de menino era andar toda a extensão de numa ponte enorme, cuja foto eu havia visto numa revista: a Ponte Presidente Costa e Silva ou, simplesmente, Rio-Niterói.
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Não me pergunte o por quê! Criança sonha cada coisa…

Eis que cresci e num desses momentos em que procuro realizar sonhos acalentados durante esta minha existência, há dois anos atrás, presente no Rio de Janeiro, fiz aquele trajeto sonhado, de carro. No Guerreiro do Asfalto, meu quatro rodas que me leva aqui e ali, lá fui eu. Contudo, já na ida, percebi que faltava algo; o menino interior que há em mim não estava se sentindo satisfeito. Ora, eu queria era andar por aquele asfalto…

Ainda bem que outras pessoas sonham. Neste mundo construído (e destruído também) por malucos sonhadores, alguém vai lá e resolve promover o que pra mim era inimaginável: uma Corrida da Ponte. Não pensei duas vezes, não titubeei, fiz lá a inscrição e me programei. Mal sabia eu que encararia a “Morrida” da Ponte, mas, querido leitor, estava ali a grande oportunidade de realização de mais um sonho.

Vinte e um quilômetros e quatrocentos metros não é pra mim algo invencível, já que tenho oito meias maratonas no lombo. Ocorre que correr 21,400 debaixo de um sol/sensação térmica de 39º, sem um brisa qualquer de alívio, transforma qualquer corrida em quase uma morte súbita.

Dramas à parte (vários parceiros relataram pelos blogs e fóruns as dificuldades da corrida – p.e., Run for Free, Yara Achôa), totalmente alheio às intempéries, fui lá fazer uma corrida diferente, pois o meu intento era a concretização do sonho: andaria, a passos largos, toda a extensão daquela obra de engenharia que brilhou os olhos de um menino, anos antes. As dificuldades, não me importavam. O importante, parceiro, é que a missão dada, tem que ser cumprida.

O tempo de 1h47m52s me separou do ponto de largada do ponto de chegada. Mas a duração dos 13km de transposição da ponte, em toda a sua extensão, se de um lado penoso e cansativo, de outro maravilhoso, com a Baía da Guanabara ali, o Rio acolá, e eu fazendo o que de melhor gosto nesta vida, não precisa ser medido. Ressalte-se, ainda, que a medalha – a melhor de todas - estaria lá, no final, ansiosamente me esperando, torcendo, porque não, aflita, diante tamanho o desafio.

E foi correndo que o objetivo foi cumprido e o menino sorriu satisfeito. #aisim, o sonho se tornou realizado.

Assim a corrida vai nos proporcionando alegrias por esse mundo afora, ora realizando os sonhos que tivemos ao longo de nossas vidas, ora nos proporcionando a celebração de acontecimentos memoráveis, que nos tornam homens mais felizes, heróis anônimos, parceiros de empreitadas.
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São momentos em que devemos celebrar a vida, aceitar o convite que ela nos oferece, brindar as conquistas e compartilhar cada minutinho do nosso pace aqui na terra. Num maravilhoso fim de semana no Rio de Janeiro, lá estava eu, fazendo isto tudo, ao lado da minha querida @patgomes1, parceira de primeira hora, companheira-mor dessa nova empreitada da vida.

domingo, 27 de março de 2011

A volta da Lagoa dos Ingleses

“Cada um de nós tem um fogo no coração para alguma coisa. É nossa meta na vida encontrá-lo e mantê-lo aceso”
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Considerando o cronograma estabelecido para o ano de 2011, participei hoje, 27/03, da minha terceira prova do ano, a segunda de grau médio em esforço físico e a 41ª da “carreira”.

Trata-se da Volta da Lagoa dos Ingleses, uma corrida cross country, “mistureba” de asfalto, terra, barro e mato. Uma ótima preparação para quem vai encarar o morro “maldito” na corrida de revezamento Volta à Ilha, em Florianópolis, no próximo mês.

Um grande diferencial de uma prova fora do circuito urbano, é o trajeto. Você não tem qualquer referência de onde está, não consegue mentalizar o quanto falta, ainda que esteja tudo devidamente sinalizado. Não se sabe que tipo de terreno iremos encontrar pela frente, o que dificulta um estratégia decente de corrida, pra quem é um corredor de rua.

Hoje procurei seguir a estratégia de corrida do parceiro @ececconello, combinada minutos antes da largada: nosso foco, o HF @icpn, e o nosso pace, onde desse pra correr, seria baixo. Na espreita, de olho também em @cassiodiniz, nossa instant celebrity e outro fast man da turma (tempo de 19:32.35, no Circuito das Estações Adidas 2011, em 5km).

E assim fui eu ladeira abaixo, subida acima, plano reto, sempre de olho no foco e no pace. Como na frase dita acima, procurei manter aceso o fogo da minha meta, passada a passada, até uma hora chegar no pórtico da qual eu havia largado. 
Deu certo.

Na minha marcação extraoficial, cravei 01:07:30, nos 13km (+ alguns metros, dependendo do GPS analisado), após um sprint final com um corredor chamado Rogério (ou seria Rodrigo?), que conheci ali mesmo e que, depois de ficar um bom tempo me seguindo, me acompanhou, nos últimos 500 metros, num pega interessante (hehe eu o acompanhei no finalzinho, #acabouabateria).

Mas o importante disso tudo foi a alegre interação com os amigos de primeira hora, companheiros de corrida, carinhosamente denominados parceiros, os Twittersrun. Gente alegre, festiva, de bem com a vida, mesmo quando a vida não está de bem conosco. Somos show de bola em qualquer lugar que estejamos; não somos uma assessoria esportiva, mas estamos sempre ali, marcando presença e se destacando no meio esportivo da corrida, seja ela urbana ou cross country.

E a gente segue correndo por esta vida, construindo-a.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Volta ao Cristo

logo_voltaNo último domingo do mês de janeiro de 2011 ocorreu a vigésima nona edição da Volta ao Cristo. Pela segunda vez consecutiva, estava eu lá participando do meu primeiro desafio deste ano. A primeira pedreira que me espera neste ano ímpar.
Este evento se realiza nas ruas da cidade de Poços de Caldas e na estrada que contorna a Serra de São Domingos,  em percurso de 16km em pista de asfalto e terra.

A largada ocorre ao lado do Ronaldão, estádio municipal, com chegada por sua pista interna, entre o campo e a arquibancada, o que já se torna um diferencial interessante no final da corrida (outro diferencial é a entrega da camisa alusiva ao evento somente para os concluintes)

A primeira parte da corrida é tranquila, são 5 km em asfalto, com o total apoio dos moradores da cidade.

Contudo, Poços de Caldas está a uma altitude de 1200m do nível do mar. E, acredite, corremos ladeira acima, até chegar no Cristo que está a 1680m (em posição muito mais elevada que o Cristo Redentor da Cidade Maravilhosa). Isso quer dizer que subimos 480m em exclusivos 4 km, dos quais 3 km íngremes.

De certa forma, a imagem que se forma em nossa volta é desoladora: quase que cem por cento dos corredores andam, como que romeiros pagando penitência.

Como no ano passado, engatei a “reduzida”, tal qual numa bicicleta, diminuindo o espaço entre as passadas, fazendo os pés trabalharem mais rápidos nessas curtas passadas. Segredo? Não, é trote ladeira acima mesmo!

Exatamente no km 9 a gente chega no pedestal do Cristo, onde devemos agradecer por estar ali (recomendo visitar o local antes ou depois da corrida, pois o visual é maravilhoso).

Depois amigo, é ladeira abaixo, em estrada de terra (4 km) e os restantes 3 km em asfalto. Neste trecho, fiz incríveis 3”30 e 3”38, aproveitando a força motriz que me puxava rodovia abaixo. Final da saga: 1h28m21.

O melhor de tudo foi rever amigos @YaraAchoa, @VicentSobrinho, @MarcioAMCabral, conhecer pessoalmente outros @chefsilveira, Fernanda Runner, Sueli e fazer novas amizades Augusto, Helder.

É por isto que continuo correndo e construindo a minha história.