segunda-feira, 13 de setembro de 2010

As matas e o desafio

DSC00907 Enfim hoje foi o dia da segunda etapa do Desafio das Matas, uma adventure trail  por trilhas em terra e cascalho e terrenos acidentados realizada no Parque das Mangabeiras. Tive a oportundade de correr as duas edições.

Para quem não conhece, o nosso parque é a maior área verde de Belo Horizonte, com 337 hectares e mais de 2 milhões de metros quadrados, localizado na Serra do Curral, a mais de 1000 metros de altura. É local de preservação e pesquisa ambiental, habitado por mais de 161 espécies de aves, com 21 nascentes do Córrego da Serra, lagos e mata nativa, habitada por diferentes exemplares da fauna brasileira (A fauna é composta por 29 espécies de mamíferos como esquilos, gambás, tapitis, micos, tatus, quatis, 160 espécies de aves: andorinhas, bico de veludo, cambacicas, marias-pretas, sanhaços, caras sujas, azulões, pica-paus, 20 espécies de répteis e 19 anfíbios como a rã Hylodes uai, que tem em seu nome uma homenagem a Minas Gerais).Foi projetado pelo paisagista Roberto Burle Marx.

E, nesse cenário, loucos se aventuram a correr integrados à natureza.
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Ledo engano achar que, por ser apenas 8km de percurso, a coisa vai ser fácil. Para um corredor urbano, de asfalto, isso não é nada.

Mas lá em cima…..Para se ter uma ideia, a largada ocorre na Praça das Águas e, de cara, já temos uma subida e a primeira trilha. Quem quis começar a correr logo tem que andar porque, na trilha, meu amigo, a fila é quase que “indiana” e não dá para fazer muita coisa não.

Na running for nature tempo é o que menos importa. Não dá para tentar aquele nosso pace mágico, porque há trechos impossíveis de serem corridos. A preocupação é se manter em pé. Vale aqui, a atenção, porque um descuido, e lá vamos pro chão. Subidas “intermináveis”, descidas “impossíveis”, e não dá para recuperar o tempo perdido, apenas o fôlego.

Há uma área do parque que somente é aberta para os corredores passarem, não sendo uma área pública para a visitação comum. E nesse local, um outro ponto de vista temos do nosso belo horizonte. Parece que estamos no céu e, lá embaixo, vemos a cidade e o desafio da selva de pedra, crescendo sabe-se lá pra onde.

A gente anda, corre, ouve os pássaros, admira a natureza, detona os joelhos. Tênis, ao final, uma sujeira só. Mas, como diz a nossa colega Yara Achôa, a beleza é um “energético a parte” e isto, nos recompensa, a todo momento.

A prova termina onde começou, e temos aquela sensação de que nunca mais faremos aquilo de novo…. até abrirem a inscrição para a próxima etapa.

Olha, adventure trail é um outro estilo de corrida, difícil, mas interessante para testar a nossa resistência. E cá entre nós, ser diferente é instigante e correr “diferente” então, nem se fala.

Parafraseando o Zé Geraldo, na música Cidadão, a gente bate no peito e diz: “Tá vendo aquela serra moço? Eu também já corri lá”.

Eu sou o Ricardo e estou construindo a minha estrada. De terra.